“A Rapariga no Comboio” - Paula Hawkins
Quando leio um livro procuro que este me atraia, quase como se estabelecesse uma relação emocional comigo, que me aguce a curiosidade e que se apodere dos meus pensamentos, induzindo-me em fantasias controladas pelo meu subconsciente.
Com este livro aconteceu exatamente isso, conquistou-me.
“A Rapariga no comboio”, é uma trama narrada por três mulheres, cujas vidas se cruzam, dramaticamente. Sendo em sua maioria relatada por Rachel, uma protagonista assombrada pelo seu próprio passado.
Diariamente, a intérprete viaja de comboio para o seu trabalho e, como tantos de nós, fica narrando vidas imaginárias que vai observando pela janela, quem nunca, não é?
A verdade é que, o que aparenta ser um devaneio inofensivo da sua criatividade, torna-se uma obsessão sem medida, quando Rachel assiste a uma cena fugaz, deveras perturbante para a mesma. Esta deixa-se consumir de tal maneira, por essa imagem, que passa a ser parte da investigação de um crime, onde é confrontada com os seus traumas mais profundos.
Ao longo do thriller, torna-se inevitável identificarmo-nos com as fragilidades das personagens. Enquanto seres humanos criamos uma empatia pelos seus medos e fracassos.
A escritora descreve a vulnerabilidade humana, de uma forma tóxica, nos levando a compreender a destreza que possuímos para sermos manipulados pelos outros ou até mesmo por nós próprios, quando temos lutas interiores, que necessitam de ser combatidas.
Recomendo este livro a quem gosta de ser consumido pelo mistério, e que tal como eu, se sinta seduzido pela fragilidade humana no seu estado mais nocivo.